As crianças vivem num mundo fantástico, do imaginário e das emoções. E isso é muito bom para que consigam organizar seus pensamentos e sentimentos. Mas, chega um momento em que a fantasia não pode substituir a realidade,. E, a criança precisa entender a diferença entre estas duas coisas. Faz parte do amadurecimento e do crescimento. Este tipo de discussão sempre surge quando temos datas especiais muito ligadas a personagens fantasiosos, como a Páscoa e Natal, não é verdade? Isso sem mencionarmos valores morais ou éticos e religiosidade.
Personagens lúdicos nos contam histórias, ok... nos dizem o que é certo e errado, e criam identificação. Então, quando e de que forma devemos falar a verdade para nossos filhos sobre o Coelhinho da Páscoa e o Papai Noel, por exemplo? Até que ponto estas fantasias podem tornar-se prejudiciais?
Sabem, tive, há aproximadamente dois anos, alguns problemas com a Laura no que diz respeito à fantasias e realidade. Fiquei bastante preocupada por que julguei que ela poderia estar fazendo uma depressão infantil. Com a ajuda de uma psicóloga e, também, da escola, identificamos um excesso de fantasia... A Laura fugia da realidade que não a agradava ou não compreendia, usando e abusando da fantasia; a ponto de querer "voar" numa avenida movimentada aqui da cidade - pensem no susto!
Resumindo: três meses de terapia, muita conversa e olho sempre aberto. Hoje conversamos muito com ela. Gostamos muito das fantasias (nos emocionamos na Disney com cada personagem) mas deixamos muito claro o que é realidade e o que é "faz de conta"!
Na Páscoa passada, a Laura dormiu na casinha para esperar o Coelhinho, lembram? Este ano, não falamos nele. Mostramos para ela outras simbologias, de acordo com os nossos valores: a cultura de pintar ovos, de presentear e de se reunir em família. E incluímos ela nas discussões sobre religiosidade. A Laura passou a frequentar a escolinha dominical da igreja que frequentamos.
Outra coisa que fizemos, foi economizarmos, juntos, num cofrinho especial, o dinheiro para comprar o ovo de chocolate da família. Foi muito legal! Acho que também conseguimos unir o aprendizado sobre o dinheiro, sempre muito útil, kkkk ;o)
Não precisamos, pelo menos por enquanto, destruir a fantasia de maneira drástica... ela, está entendendo, aos poucos, que existem outras interpretações, outras culturas e realidades. Por enquanto está funcionando tudo muito bem. E para vocês? Como foi o momento em que seus filhos entenderam que Coelhinho da Páscoa não existe?